lundi, janvier 01, 2007

A Vida Passa

Estava lá, deitado em sua cama, pensando como foi aquele ano.

E passa dia,
E passa mês,
E passa ano,
E a vida passa.

Lembrava-se o quanto se divertira jogando bola com os amigos, ao invés de meter a cara nos livros.

E passa dia,
E passa mês,
E passa ano,
E a vida passa.

Lembrava-se que, todas as vezes que sua mãe mandou-lhe estudar, tinha uma desculpa na ponta da língua. “Não tem dever de casa”, “a senhora não acha que eu já estou bem grandinho?”, “eu já estudei” e coisas do tipo. Como sua mãe era pateta, pensava.

E passa dia,
E passa mês,
E passa ano,
E a vida passa.

Lembrava-se das festas que ia, mesmo em dia antes de prova, onde enchia a cara, fumava uma e puxava uma carreirinha de leve, mas nada de mal, já que estava com os amigos.

E passa dia,
E passa mês,
E passa ano,
E a vida passa.

Ele, que tinha tudo para ter uma vida excelente, se afundava mais e mais em sua própria boçalidade e auto-piedade, sem saber como aquilo tudo era ruim. Poderia ter sido um rei, mas foi apenas mais um a terminar na sarjeta.

E passa dia,
E passa mês,
E passa ano,
E a vida passou. Ele, infelizmente, não a acompanhou.

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