jeudi, mars 29, 2007

Satisfação

Vim aqui só para avisar que, a partir do próximo domingo, as postagens voltarão à normalidade, em regime semanal

dimanche, mars 11, 2007

Mudança

As mudanças são constantes na nossa vida. Algumas delas são para o bem, outras para o mal.

Já novos, começamos a mudar. Mudamos o nosso meio de nos locomover, deixando de engatinhar para andar, desajeitados. Mudamos o nosso jeito de nos comunicar, deixando de chorar para falar.

Na adolescência, mudamos nosso comportamento. Às vezes nos tornamos “aborrecentes”, às vezes não. Deixamos de achar a pessoa do outro sexo a coisa mais nojenta do mundo para passarmos a desejá-las.

Quando adultos, nos mudamos da casa dos nossos pais para a nossa própria casa. Mudamos de namorados, mudamos de roupa, mudamos de ares, mudamos de cidade.

Quando velhos, mudamos novamente. Passamos a andar, ouvir, falar e ver com dificuldade. Nos sedentarisamos num local confortável, quieto, oposto àquele ruidoso com que sonhávamos quando éramos adolescentes.

Mudamos sempre, mas uma coisa nunca muda: o fato de ser humanos, e de que precisamos ser amados. A como eu quero que o amor dela por mim nunca mude.

Nota da edição: No próximo domingo, dia 18, muito provavelmente não haverá post, pois estou de mudança.

dimanche, mars 04, 2007

Eclipse

Eles estavam lá, sentados em umas cadeiras ao lado da piscina na casa dela, esperando começar o eclipse lunar. Já fazia dias que eles falavam sobre assisti-lo juntos. Na verdade, desde pequenos eles queriam presenciar um evento assim. Já eram amigos desde a infância e sempre andavam juntos. Eram como unha e carne, inseparáveis.

Ela estava bastante animada. Sempre teve verdadeira fixação por fenômenos astronômicos. Ela costumava, desde pequena, olhar para as estrelas e desenhar figuras com o pensamento, como que a ligar os pontos naqueles jogos que costumavam vir em revistas infantis.

Enquanto ela apontava para o céu, maravilhada, ele olhava seu entusiasmo com ternura. O tempo passava, e a luz da lua, que refletia nas águas da piscina, era cada vez mais tênue. O rosto dela ficava cada vez mais radiante de emoção, enquanto o rosto dele ia se molhando de um suor frio, como aquele que acomete aqueles que temem algo que não conseguem entender.

Finalmente, a sombra do planeta azul cobre por inteiro o nosso satélite natural. Ambos estão ali, parados, no escuro absoluto, sob um silêncio impenetrável. Era possível ouvir os batimentos cardíacos dos dois, sincronizados um com o outro. Ela estava muito feliz em poder acompanhar aquilo tudo, ainda mais com seu melhor amigo. Ele, por outro lado, estava bastante nervoso. A única coisa que pensava era se finalmente teria coragem de falar, ali naquela escuridão, que a amava como ninguém jamais pudera amar outra pessoa.