vendredi, février 24, 2006

Uma pequena surpresa

Incrível como algumas coisas nos surpreendem.

Hoje, depois de mais um dia árduo de trabalho, voltava pra casa quando me deparo com uma cena ao mesmo tempo simples e supreendente. Sentada no ônibus estava uma menina pequena, com a farda do colégio, e, na mão, um livro que explicava em termos bastante simples o Estatuto da Criança e do Adloscente.

Aquilo me encheu subitamente de uma surpresa só igualável a minha alegria em presenciar aquilo. Uma criancinha que, por certo, recebera aquele livro no colégio, e se deleitava ao ler e aprender seus direito. Esata ela, alí, tão singela, fazendo, a seu modo, uma revolução. Uma revolução contra a ignorância, contra a cultura de que aquele que lê deve ser relegado ao ostracismo. Uma revolução contra aqueles que acham que conhecer seus direitos é coisa de CDF. Uma revolução.

Surpreendeu-me algo mais, que não esperava. Supreendeu-me a minha própria surpresa. Claro. Porque haveria eu de estar surpreso com alguém que lê, que procura conhecer seus direitos, em tão tenra idade. Surpeendi-me por ser isto algo tão incomum, mas o fato é que não deveria me surpreender. A verdade é que aquilo não deveria ser a exceção, mas a regra. E isso só me fez perceber o quanto aquela menininha, em sua revolução pessoal, era imensamente mais corajosa que eu mesmo. Ela ousava, como um dia ousei, e ainda hoje me atrevo a ousar, lêr e conhecer seus direitos. Leva ainda uma vantagem: começar a sua revolução em tão tenra idade.

Ao ver esse tipo de coisa, sinto meu ânimo renovado. O Brasil ainda tem esperança.

Comédias de uma vida renovada de esperanças.

dimanche, février 19, 2006

Resumo de uma Noite Perfeita

Era uma noite belíssima. Passaram o dia inteiro juntos, enamorados, esperando por aquela hora. Estavam deitados, os dois, olhando para a televisão, quando finalmente ele aparece, diante de uma multidão.

Uma voz extremamente agradável, acompanhada de guitarras que emitiam um som infinitamente belo. Eram os Stones, que tocavam no Brasil. O casal, que não podia assistir pessoalmente, acompanhava de longe. Ela olhava para aquele homem que encantava 2 milhões de pessoas, que agiam como uma só. Ele olhava para ela, que o encantava como ninguém. Sorriam um para o outro, ouvindo aquela música que seus olhos emitiam e se beijavam. Viam Mick Jagger pela TV, que parecia traduzir a felicidade deles em suas músicas.

Ela adormeceu. Ele, que ficou acordado até o fim, acompanhava um show todo especial. Olhava para aquela mulher adormecida em seu colo, e admirava seu rosto de anjo enquanto ouvia as guitarras de Keith Richards. E via o quanto estava profundamente apaixonado por ela, o quanto a amava. Ao fim do show, ela acordou, indo para seu quarto para dormir. Ele, por suas vez, foi ao quarto de hóspedes, pegou um excelente livro (dado por ela) e começou a ler, lembrando-se daquele show, que não sairá de sua mente durante o resto de sua vida.

Comédias de uma vida cada vez mais musical.

lundi, février 13, 2006

Desrespeito

Chegamos ao nível do total desrespeito.

Certa manhã, um jornalista de um país conhecido por não ter se envolvido em nenhum conflito no século 20 achou engraçado fazer caricaturas do profeta Maomé. Este jornalista trabalha na mesma empresa que faz algum tempo negou-se a publicar determinado desenho por achar que ofendia a fé cristã. Incongruente, não? tais coisas não entram na minha simples cabeça ocidental. Em resposta muçulmanos em todo o mundo queimam embaixadas.

Enquanto isto, aqui mesmo em Fortaleza, o absurdo continua. Uma chapa que concorre atualmente ao DCE-UFC, talvez inspirada naquele jornalista, achou engraçado fazer chacota da fé cristã. Quando confrontados, se retraem e dizem que aqueles que apontam este erro são de extrema direita. Não se pode mais expressar sua opinião sem passar por uma verdadeira polícia política levada por aqueles que se intitulam "donos da verdade".

Falta respeito pelas opiniões.

Falta respeito pelas religiões.

Falta respeito pelas diferenças.

Falta compreensão entre os diferentes.

Sobra animosidade.

Comédias de uma vida cada vez mais confusa com os "donos da verdade".

dimanche, février 05, 2006

Emprego

Não pode um brasileiro andar pelas ruas sem ser assediado com empregos?

Nós brasileiros passamos meses procurando por trabalho, sem sucesso. Um dia, incrivelmente, a oportunidade bate à porta, e nós aceitamos.

Até aí nada de estranho, se não ocorresse o que nos deixa mais triste: todos aqueles escritórios ou empresas onde nós deixamos nossos curriculos resolvem que querem nos contratar para começar a trabalhar dois dias depois. E nós negamos a todos eles.

Negamos a todos mas não conseguimos parar de imaginar se teria sido melhor a outra opção, se ganhariamos mais dinheiro ou teriamos mais sucesso no outro emprego. O pior é que essa sensação não vai embora com o tempo. Até que nós decidimos ter errado na nossa decisão e saimos do emprego que aceitamos, e passamos mais vários meses atrás de algum lugar para trabalhar...

Comédias de uma vida confusa.

PS: Sei que destoa um pouco do tema do blog mas, por favor, ajudem este escritor clicandor no anúncio logo acima deste post, ok?