dimanche, février 25, 2007

Ela foi embora

Como sentia sua falta

mercredi, février 21, 2007

Quarta-Feira de Cinzas

Na sexta, pegou a Antônia;

No sábado, agarrou a Vitória;

No domingo, dormiu com a Marlene;

Na segunda, fez sexo com Matilde;

Na terça, ficou com a Renata;

Na quarta-feira de cinzas, voltou para o trabalho novamente, solitário, de ressaca, vazio como sempre foi.

dimanche, février 11, 2007

A Melhor Vista do Mundo

Depois de uma longa jornada escada acima, achava-me no topo da famosa caixa d’água da Faculdade de Direito do Ceará (UFC), olhando para o horizonte.

Logo diante de mim revelava-se imponente a Velha Salamanca, mostrando suas salas, auditório e corredores quase de uma maneira envergonhada, como uma mulher vaidosa que, embora ainda seja tão bonita como era nos seus anos de juventude, tenta esconder sua verdadeira idade.

Pouco adiante da velha academia vejo a ponta do obelisco erigido pelo poderoso Centro Acadêmico Clóvis Beviláqua, em homenagem aos homens justos que partiam para lutar contra a horda fascista que ameaçava a liberdade. Poucos metros depois encontra-se a praça de onde o Grande Mestre olha vigilante, guardando com bravura os nossos direitos, portando seu Código Civil na mão.

Curvo o olhar e vislumbro a Catedral, marco da arquitetura clerical, que se ergue majestosa no centro da cidade, servindo de fortaleza para a fé e espiritualidade de nossa gente.

Logo adiante da Igreja-Mater posse ver o Forte de Schoonenborch, também conhecido como Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, ao mesmo tempo útero e berço de nossa cidade. Ao redor dele nasceu Fortaleza. Nele foi torturada Bárbara de Alencar, mãe do escritor-mor da literatura romântica cearense. Hoje, por uma daquelas peripécias que nos pregam o destino, lá funciona a 10ª Região Militar, também chamada de Região Martim Soares Moreno, em homenagem ao mesmo homem que, em um dos livros de José de Alencar, se apaixonou pela índia dos lábios de mel. Aliás, ela mesma está na praia, aguardando pacientemente pela volta de seu cavaleiro, que está numa longa viagem de quatro anos para Portugal.

Como plano de fundo, posso divisar as velas do Mucuripe, que mais uma vez estão saindo para pescar, levadas por aqueles que sempre honram a tradição do Chico da Matilde, o memorável Dragão do Mar, homem o qual nunca quedou silente frente às injustiças de seu tempo.

Depois de me encantar com a vista do velho centro histórico, caminho pela borda da caixa d’água para olhar o outro lado e ter a melhor visão do planeta: o meu povo, que tem a sorte de morar na cidade mais linda do mundo.

Parafraseando o Grande Maestro, só haverá felicidade no Brasil quando todos se mudarem para Fortaleza.

dimanche, février 04, 2007

Vida de Escritor

Certa vez Rachel de Queiroz disse que escrever na era algo prazeroso, mas um dever quase que imposto a nós escritores. O escritor, pobre diabo, cumpre apenas um mister quase penoso para si mesmo.

Começa orando às musas para que lhe dêem a inspiração necessária. Depois, passa horas diante da tela do computador, ou do papel da máquina de escrever, trabalhando em sua obra como um escultor, entalhando cada palavra, apenas para achar que o que ele escreveu não vale sequer a tinta gasta, deletar (ou amassar) tudo e começar de novo.

Dias depois finalmente se dá por satisfeito, cria coragem e publica, mas não lê sua obra, pois sabe que se ler vai sempre achar que poderia ter escrito algo de forma diferente, melhor. É que não existe melhor crítico que o próprio escritor.

Depois de publicar, espera pacientemente a critica dos outros, já que ele sabe que a dele mesmo será sempre negativa. O pior é que muitas vezes o pobre coitado não tem o “feedback” necessário e continua sempre se achando um fracasso monumental.

Comédias de uma vida de escritor.