lundi, décembre 25, 2006

Leite e Biscoitos

Sua tenra idade, 6 anos, não lhe permitia ficar acordada até muito tarde. “Minha filha, vai dormir”, dizia sua mãe, ao que rapidamente respondia “sim, mamãezinha”, de forma emburrada, enquanto já subia as escadas.

Acontece que ela não conseguia dormir. Permanecia acordada, ali, deitada, mesmo depois de uma festa de natal extenuante. Fixava o olhar no teto enquanto imaginava como deveria ser o bom velhinho. Será que ele era tão gordinho como diziam? Tinha mesmo as bochechas rosadas? Como ele conseguia entregar todos aqueles presentes numa única noite? E Rudolph? Será que realmente seu nariz acendia, iluminando o caminho do trenó natalino? Ela não sabia, mas estava determinada a decidir.

Desceu as escadas, depois de certificar-se que seus pais estavam dormindo. Caminhou até a cozinha para pegar alguns biscoitos e um copo de leite. O seu plano era presentear aquele velho senhor que alegrava as crianças do mundo inteiro todos os natais, para que ele, sentindo-se a vontade, contasse-lhe todos os segredos que ela gostaria tanto de ouvir.

Colocou tudo na mesa e colocou-se a esperar. Olhava para a lareira, que, por motivos óbvios, estava apagada, enquanto andava impaciente de um lado para o outro da sala. Resolveu sentar-se perto da árvore de natal, certa que aquele seria o lugar mais óbvio de esperar o velho São Nicolau. Não conseguia parar de pensar no momento em que finalmente conheceria Papai Noel.

Antes que pudesse imaginar, suas pálpebras lhe pesaram, e logo se achava em sono profundo.

Na manhã seguinte, acordou antes que todos. Ficou muito chateada por não ter conseguido o seu intento engenhoso, até que olhou para o copo de leite e prato onde ela havia colocado os biscoitos. Ambos estavam vazios. Ela então esboçou um largo sorriso. O bom velhinho esteve lá.

Comédias de uma vida cada vez mais crédula e esperançosa.

dimanche, décembre 17, 2006

Luzes de Natal

As luzes de natal, que piscavam nas árvores como lindíssimos vaga-lumes a dançar pela noite, rodeavam-lhes por todos os lados. O som que pairava no ar parecia como o de 100 anjos cantando, todos louvando o criador em um belo coral em uníssono. A torre do relógio estava completamente iluminada, de forma impecável e bela, a iluminar-lhes como se não houvesse mais ninguém ali. Todas as janelas daquele antigo prédio tilintavam com o brilho provocado pelas pequenas lâmpadas coloridas.

Ele olhava para o rosto dela, que se encontrava pousado relaxadamente em seu ombro, encontrava-se iluminado belamente pela ocaso ainda jovem. Estavam ambos sentados, observando o tradicional coral natalino da Praça do Ferreira. Ela olhava o Papai Noel pendurado no relógio, que parecia estar a descer para entregar presentes a todos os que por ali passavam, e ele admirava o rosto dela. Ele observava como o vento lentamente despenteava os seus cabelos de uma forma faceira, e que ele amava tanto. Via a face angelical dela, iluminada de forma intermitente pelas luzes natalinas espalhadas pela praça.

Ela olhava o quão cuidadosamente tudo tinha sido preparado. Gostava tanto da perfeição, e a noite parecia estar muito ao seu gosto. Pensava o quanto ela gostava de ficar ali, sentada, com a cabeça pousada no ombro dele, enquanto fazia em sua cabeça perguntas que só o futuro poderia dizer.

Repentinamente os olhos dos dois cotejam lágrimas de alegria. Estavam tão felizes que seu sentimento corria por suas faces, que eram claras como a lua que estava a os iluminar. Fazia tempo que não experimentavam uma noite tão bonita e romântica quanto aquela. Definitivamente eles estavam perdidamente apaixonados, um pelo outro, e ambos pelo clima sublime do natal.

lundi, décembre 11, 2006

Um dia como outro qualquer

Seria um dia como outro qualquer, não fosse aquela festa toda.

Seria um dia como outro qualquer, não fosse a quantidade de gente conversando, fazendo acordos.

Seria um dia como outro qualquer, não fosse a presença do cheiro de Justiça no ar.

Seria um dia como outro qualquer. Seria, mas felizmente não foi.

Como temos algumas surpresas boas.

Comédias de uma vida que seria como outra qualquer, mas não é.

dimanche, décembre 03, 2006

Ânimo

Ele não tinha mais ânimo para fazer coisa alguma.