vendredi, décembre 30, 2005

Os Céus Alencarinos Perdem Uma Estrela

Aquela tinha tudo para ser uma tarde como muitas outras.

Ela foi ao seu trabalho, como todos os dias. E seu trabalho era voar e salvar as pessoas. E amava seu trabalho.

Era seu ultimo dia como có-piloto. Seria a primeira piloto feminino de helicóptero do Ceará. Seria, se o destino não fosse tão trágico.

Um problema no motor. O que fazer? Desviar do local habitado, para que não morresse nenhum civil. Assim pensou a tripulação naquela tarde de quinta-feira. E assim se foram, até o ultimo momento protegendo os outros, seguindo a jura heróica que um dia fizeram à toda a sociedade, e, desta forma, deixam a vida não como pessoas normais, mas como heróis que são e que sempre foram.

Uma pequena homenagem à Major BM Rosana Busson, nossa colega de Faculdade, que faleceu fazendo aquilo que gostava, voando e salvando vidas.

Comandante, voe direto aos céus, como sempre fez, e, como se acostumou a fazer, olhe por nós e nos proteja.

Sentiremos sua falta.

mardi, décembre 27, 2005

pocotolização da cultura brasileira

Vejam a que ponto chegamos.

O âncora e editor-chefe do maior jornal televisivo do país afirma que seus telespectadores são como Homer Simpson, e chega a cortar reportagens sob a alegação que "essa o Homer não vai entender". O que importa mais não é a noticia em si, mas o fato de uma pesquisa paracer indicar que o espectador médio do jornal não entende notícias muito complexas.

Parar para ler um livro em local público é motivo de vergonha. As pessoas o olham como se fazer isso fosse coisa de louco. O povo condena aqueles que tiram um pouco dos seus dias corridos para ler, e, quem poderia imaginar, sentir prazer com isso. O próprio presidente diz em público que "ler é chato".

Nos dias de hoje ouvir e, Deus nos perdoe, até gostar de MPB é um pecado mortal frente ao brasileiro comum. O que vale mesmo é ouvir forró e funk. Mais vale uma "egüinha pocotó" na cabeça do que dois "Samurais" na rua.

O nosso país vêm passando por um processo de pocotolização de nossa cultura. O que é belo, bem feito, não vale mais. O que vale é aquilo que é sacana. Dessa forma continuamos a passar a imagem de "Zés Cariocas" para o mundo inteiro.

Comédias da vida cada vez mais sem cultura.

lundi, décembre 26, 2005

Momentos...

Quando ri, riram comigo

Quando chorei, me ofereceram o ombro

Quando precisei, me acolheram

Quando estive em dificuldades, me ajudaram

Quando ninguém mais me compreendia, me entenderam

Quando nasci, me ninaram

Quando nasceram, ganhei novas felicidades

Quando estive presente, festejaram

Quando estive ausente, sentiram minha falta

Quando não tinha ninguém, foram irmãos para mim

lundi, décembre 19, 2005

DPS...

Como a vida comum é chata!

Todos os dias acordava cedo, vestia um terno, que havia sido doado a mim por um parente desconhecido, colocava minha credencial e ia à sede do BNB.

Crime Organizado Transnacional era o tema. Todos os dias debatiamos idéias de como melhorar o mundo. Cada delegação, ao modo de seu país, colocava as suas idéias. E assim fomos trabalhando, brigando, fazendo amizades duradouras.

Presentiiii diziam uns, comunistas bradavam outros, intercalados por pedidos da mesa de "decoro, senhores delegados". Dessa forma marcamos uns aos outros com aqueles momentos inesquecíveis de uma semana mágica.

Agora retornamos todos à vida comum, e como ela é chata. O que nos preocupa não é mais o que podemos fazer para tornar o mundinho em que vivemos um lugar melhor, mas preocupações outras, tão individuais e, por vezes, inúteis, que prefiro nem citar aqui. O que nos move não é mais o bem maior de fazer uma resolução que vai tornar o mundo um lugar mais seguro, mas sim a vontade de ter um diploma em nossas paredes, ou outros motivos mundanos quaisquer.

Retomamos o dia a dia, e ele é tão chato. Ah como eu queria não retornar a esta rotina, tão entediante como só ela poderia ser.

Comédias de uma vida cada vez mais comum e mundana.

samedi, décembre 17, 2005

jeudi, décembre 08, 2005

Um Sonho Bom...

Ouviam "When I Fall In Love" na belíssima voz de Frank Sinatra. Era uma linda praia, lotada, embora no momento daquele olhar eles pareciam sós no mundo inteiro.

Ela, loira de cabelos longos e olhos verdes, baixa, bonita, se dirigiu à ele, igualmente de longos cabelos, alto, e, assim como ela, bonito. Eram como que feitos um para o outro.

Ela caminhava, portanto um belo sorriso em sua face estremamente branca. Ia em direção a ele. O olhava como quem sabia que aquele seria o inicio de uma linda história. Ele, deitado, pegando sol em sua pele morena, a admirava. Observava seu andar, suas feições, seus gestos. A olhava como a saber o que ela pensava, e como a concordar com ela.

Cumprimentaram-se, e conversaram, e como conversaram. Passaram à manha, e a tarde e o inicio da noite a conversar. Caminhavam sozinhos na praia, sob um belo luar. Então ele a pega delicadamente pelo braço, a virando de frente para ele e a beija.

Ela ouve um barulho estranho e abre os olhos. Percebe que aquele era o seu despertador tocando. Olha para as paredes do seu quarto e descobre que aquilo era apenas um sonho. Um sonho bom, dizia ela. Apenas um sonho bom...

samedi, décembre 03, 2005

Um Sonho Ruim...

Ela achava que aquela seria apenas mais uma noite como muitas outras. Um belíssima lua crescente, um céu extremamente limpo e calmo. Estava enganada.

Ela estava deitada no chão. Não podia ainda acreditar no que acabara de acontecer. Sua vida parecia passar como um filme em sua cabeça, quando notou que não estava morta.

Ele corria, impulsionado pela adrenalina e pelo uso de drogas. Estava de posse de algo que não lhe pertencia.

Antes que ela percebesse já estava de pé... pulando... gritando... correndo... desesperando-se...

Pediu ajuda a um motoqueiro que passava, inutilmente. O pobre rapaz, em pânico, acelerou e desapareceu.

Ela continuou... pulando... correndo... gritando... desesperando-se. Queria pensar que aquilo era apenas um sonho ruim. Como poderia uma noite tão bonita terminar daquela forma? Nada mais podia passar na sua cabeça. Um sonho ruím... apenas isso...

Mas não era um sonho. Era realidade. E a realidade finalmente a pegou, e a fez parar, como que se soubesse que de nada mais adiantaria. Restava apenas voltar para sua casa e ter uma falsa sensação de segurança.

Ela ia embora. Ele evaporava-se no matagal próximo. Tão rápido como apareceu, esvaiu-se. Seguiam seus caminhos. Ela, atonita, na sua busca inutil por um sentimento de segurança que não viria. Ele, rumo às drogas e a morte certa.

Anonimato

Essa é a essência do escritor de blog: o anonimato. Somos pessoas como outras quaisquer, tentando escrever textos que serão lidos por algumas poucas pessoas.

No entanto um de nós saltou do anonimato para o estrelato. Falo de minha boa amiga Helana Gurgel Pinho. De fato, devido sua qualidade, saiu do anonimato, sendo alvo de reportagem no jornal "O Povo".

Sempre pensei como seria ter um amigo famoso. Agora já sei como é.

Quero apenas, como um anonimo escritor que sou, fazer esta singela homenagem à uma não mais anonima bloggueira.