dimanche, septembre 17, 2006

Paris

Paris era uma cidade tão linda, ainda mais naquela época do ano. Os flocos de neve descoloriam de forma cativante as ruas que dão acesso à famosa Torre Eiffel. Era uma das mais belas visões que alguém poderia ter.

Numa daquelas ruas havia um pequeno e charmoso bar parisiense. Num dos bancos do balcão sentava um homem, cuja tristeza não condizia com a alegria do local. Lá estava ele, sentado, olhando para a foto de uma mulher, enquanto balançava suavemente o copo cheio de conhaque.

Aquele senhor, que devia ter algo como 45 anos, tentava segurar as lágrimas que teimavam em rolar pelas suas faces brancas. Olhava para aquela foto, sem dizer uma só palavra. Seu olhar demonstrava a enorme desolação pela qual passava.

Estaria ele lamentando uma perda? Por acaso era sua esposa, que havia falecido? Ou fosse uma parente que há muito tempo não via? Não podia saber ao certo. Queria pergunta àquele homem o motivo de sua tristeza. Decidi não o fazer, pois não o queria o atrapalhar com o mero objetivo de saciar minha sádica curiosidade. Chamei o barman, e perguntei-lhe quem era aquele sujeito. Ele deu de ombros, dizendo que nunca o vira antes, e que já fazia umas três horas que ele estava lá, balançando aquele copo de conhaque e chorando silenciosamente.

Fiquei ali sentado tentando imaginar o que passava na cabeça daquele senhor. Pensava o que alguém tão triste faria naquele lugar tão alegre. Pensava como poderia alguém ficar tão deprimido numa cidade tão bonita. Pensava, apenas pensava.

De repente, ele cessa seu movimento quase hipnótico, toma o conhaque e sai, logo depois de pagar a conta.

Quase havia me esquecido daquele sujeito do bar quando, no dia seguinte, li o jornal. Lá estava a foto daquele senhor. Era um empresário bem sucedido, que havia acabado de ser deixado pela esposa. A policia afirmou que a única coisa que acharam junto ao corpo foi uma arma e a foto de uma mulher.

3 commentaires:

Isabel. a dit…

Olhaê, Rapaz... tu podia ter evitado um suicídio!
afffe... tu é o mais culpado da história todinha! Minha mãe sempre me fala que "não se deve pecar por omissão"...

óooi! O fantasma dele vai puxar teu pé de noite...
=**

Anonyme a dit…

tragicidade em paris. inusitado, no mínimo. um visionário por fazer suspense na capital mais romântica do mundo. e ninguém sequer vê traços disso. well done, mr.

beijo!

Anonyme a dit…

ficou muito bom, amor. adorei a cidade e o fim expressa direitinho oq vc queria...
bju...