Aquele era um dia especialmente frio em seu consultório. Estava mais uma vez sentado em sua confortável cadeira, enquanto ouvia o que o seu paciênte tinha a dizer.
No início era agradável, mas com o tempo passou a odiar o que fazia. Talvez porque partilhava dos problemas de todos, e não tinha com quem partilhar os seus.
As vezes achava seus pacientes tão mesquinhos. Enquanto eles falavam, ele pensava "meu Deus, homem, arrume uma vida e larga logo do pé da tua mãe" ou "o mundo não gira em torno de você". Tinha vontade de externar seus sentimentos, mas sempre dizia para eles: "trabalhe mais nisso. Tudo vai ficar bem". Outras vezes divagava sobre a possibilidade de jantar fora com sua esposa, ou se tinha pago a conta de luz, só para ser interrompido por seu paciente chato, que queria se tratar. "Me deixa em paz", pensava.
Tudo o que ele queria era apenas usar do tratamento do "joelhaço". "Ah se eu fosse o Analista de Bajé".
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