dimanche, octobre 01, 2006

Eleições

Lá estava ele, sentado no velho banco da praça. Lembrava-se de quando a conhecera ali mesmo, há tantos anos, num dia de eleições, como aquele. Ele já havia votado, quando ela sentou do seu lado e começou a conversar:

- Em quem você vai votar?
- Eu já votei.
- Em quem você votou?
- No Juscelino Kubitscheck.
- Eu não voto nele não. Perece muito idealista.

E naquele momento ambos se sorriram. Depois de algumas horas, ambos se levantaram e achavam que nunca mais iriam se encontrar.

Acontece que o destino o uniu outra vez, naquele mesmo banco, num outro dia de eleição.

- Olá.
- Oi! Quanto tempo ein?
- É verdade. Parece que você acertou na sua escolha não é? Juscelino foi eleito, e até que ta fazendo um bom governo.
- Verdade.

Mais uma vez se sorriram e conversaram a tarde inteira. Daquela vez, antes de se despedirem, marcaram de se encontrar uma outra vez, afinal, se o destino o fez se encontrarem por duas vezes, deveria ser porque reservava algo pros dois. Pouco tempo depois estavam namorando.

Outra eleição se aproximava, e eles marcaram de se encontrar, antes de irem votar, naquele mesmo banco em que se conheceram. Quando ela chegou, ele já estava lá, esperando. Conversaram um pouco quando ele, meio nervoso, colocou a mão no bolso, para tirar uma caixinha preta. Ajoelhou-se no cimento quente e ali mesmo a pediu em casamento, e ouviu o “sim”.

Antes de votar eles sempre se encontravam naquela praça, como que se fosse pela primeira vez. E como que se fosse a primeira vez, se enamoravam novamente.

Dessa forma muitas eleições se passaram, mas nessa o encontro não se repetiria. Ele fitava o horizonte, nutrindo uma falsa esperança, fonte de uma tolice inerente a alma de cada ser humano. “Ela já era muito idosa”, ele pensava. Uma lágrima escorria pelo seu rosto.

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